O corpo, o mundo e a dança
Para
o filósofo e poeta Paul Valéry, a dança está para o andar assim como a poesia
está para a prosa: andar e prosa visam um caminho e um destino; poesia e dança
têm em si mesmo a sua máxima finalidade. Mas o que motiva o homem a mover-se
subjetivamente? Mais que oferecer resposta pronta à questão, o bailarino Rui Moreira
se debruça sobre o assunto com quem faz um convite à dança.
História:
“O homem já se comunica pela expressão corporal antes mesmo de falar. A dança
pode ter urgido com o instinto de contemplar o belo e de celebrar as relações
com a natureza e os demais seres vivos. Já a dança em conjunto parece ser
historicamente um elemento facilitador da convivência e da aceitação das
diferenças. E, hoje, temos os bailes, que proporcionam momentos de interação
tanto energéticos quanto emocionais, e que elevam a alma: um encontro onde a
beleza e a harmonia se instauram.”
Função:
“É preciso entender a relação que cada ser quer estabelecer com a dança. Ela é
uma manifestação da alma, e é para todos, sem exceção. O ser humano traz
consigo um ‘estado de dança’ que se manifesta desde muito cedo, na infância, e
que não tem uma função específica, mas provoca certa liberdade emocional e
psíquica. Deixar-se embalar pela música enfatiza a sensação de estar vivo.”
A
dois: “Práticas lúdicas coletivas promovem interesses e afetos. O toque, a
atenção provocada pela dança a dois significa, muitas vezes, uma transcendência
de realidades. Na dança o ser humano expressa seus valores essenciais. O casal
faz acordos lúdicos por meio da escuta da música e da observação do outro,
acordos que despertam nossa capacidade de nos relacionar, que ameniza
sentimentos de solidão e que ressaltam as delícias do encontro. Isso é a
dança.”
Fonte: Informativo Mercantil do Brasil
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