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sexta-feira, 19 de julho de 2013

Saúde

Incentivo a prevenção

A maioria dos homens não gosta de usar camisinha. Esse é um obstáculo de saúde pública que levou a Fundação Bill e Melinda Gates a abrir inscrições para um grande desafio: desenvolver "a camisinha da próxima geração, que preserve ou aumente o prazer de modo significativo".

O objetivo é enfrentar a gravidez indesejada e as doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids. A camisinha evita as duas coisas de maneira barata e eficaz. Mas, em todo o mundo, somente 5% dos homens a usam. Enquanto isso, surgem 2,5 milhões de novas infecções por HIV ao ano.

"A diminuição do prazer sexual é geralmente a justificativa dada para não usar a camisinha", disse Stephen Ward, diretor do programa da Fundação Gates.

"Podemos realmente torná-las mais desejáveis?"
Especialistas em camisinhas - alguns dos quais estudam o assunto há anos- têm ideias sobre o que pode dar certo ou não.

"Os homens gostariam, em primeiro lugar, de não sentir que as estão usando", disse Ron Frezieres, vice-presidente de pesquisa e avaliação do Conselho de Saúde Familiar da Califórnia, que há muito tempo testa camisinhas para a indústria, o governo e organizações sem fins lucrativos. "Em segundo, tem de ser um pouco melhor do que a que eles estão acostumados."

Bidia Deperthes, importante assessora técnica sobre HIV para o Fundo Populacional da ONU, e Franck DeRose, diretor-executivo do Condom Project, instituição beneficente, usam canções e danças sobre o preservativo para tentar fazê-lo parecer agradável, e dão às mulheres maneiras de levar camisinhas discretamente, como recipientes parecidos com caixas de pastilhas para o hálito.

Vários fabricantes trabalharam em camisinhas mais atraentes. Algumas, como Pleasure Plus e Twisted Pleasure, desenhadas por um cirurgião indiano, Alla Venkata Krishna Reddy, que um especialista chamou de "o Leonardo da Vinci das camisinhas", respondem às queixas de atrito e compressão. Elas são espaçosas e inflam.

Outro projeto, o preservativo eZ-On, tratou do problema de colocar a camisinha. Feito de poliuretano, não de látex, o preservativo era frouxo, "montado dentro do que eu chamo de tutu", disse Frezieres. "Não era direcional, então você podia colocá-lo de qualquer lado."

Outra ideia foi a camisinha em spray, que usaria látex líquido para criar um preservativo sob medida para o usuário. "Ótimo conceito", disse Frezieres. "Mas ficamos pensando em como tirar aquilo depois."

Um desenho promissor, já disponível em algumas partes do mundo, é o preservativo Pronto 4:Secs, com uma caixa decorada com desenhos que lembram Dick Tracy. A 4:secs, um trocadilho e o tempo que se deve levar para colocá-la, é uma camisinha em um aplicador plástico que parece uma boia salva-vidas. "É realmente bacana", disse Deperthes, demonstrando como o aplicador se abre para permitir que a camisinha seja colocada com o lado certo para cima.

O concurso da Fundação Gates também recebeu desenhos de camisinhas femininas, mas essas são historicamente ainda menos populares que as masculinas. São muito mais caras e precisam ser posicionadas corretamente para não sair do lugar.

Amy e Max H., testadores de camisinhas que moram em Los Angeles e estão juntos há oito anos, são unânimes em sua antipatia pelo preservativo feminino. Como disse Max, "nós dois achamos a camisinha feminina anti-sexy. Ela realmente não parece fazer muita diferença em termos de sensação, mas visualmente ficamos decepcionados".

Talvez o produto mais inovador feito nos EUA seja a camisinha Origami, que ainda está em testes clínicos. Seu inventor, Danny Resnic, disse que foi motivado por sua própria experiência quando "uma camisinha de látex arrebentou e eu acabei diagnosticado com HIV". Anos de experimentos o levaram a criar uma camisinha parecida com uma sanfona, com pregas frouxas para permitir o movimento em seu interior.

Fonte: Site da Folha de São Paulo

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